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A indignação não pode ser passageira


*por Laina Brambatti, diretora pedagógica da Cataventura Escola Infantil


Existe uma ansiedade crescente por mudanças significativas na sociedade. Especialmente em relação às mulheres. Quando há grande ansiedade por mudança, uma das formas mais eficazes de aliviar a angústia é agir. É fazer com que a mudança aconteça.


Foi na esteira dessas noções que Maria Montessori criou seu método educativo. Além de uma brilhante pesquisadora, foi também uma feminista ativa, ou seja, agia diariamente com o propósito de fazer a diferença que tanto desejava.


Então, nos deparamos com um dos maiores obstáculos às tão necessárias revoluções no cenário atual: a liquidez do tempo. Isso significa que nada parece feito para durar, nem mesmo a indignação.


Por isso, quando estamos diante de problemas historicamente estabelecidos e de poderes como executivo, legislativo e judiciário — que protegem acima de tudo a si mesmos—, precisamos pensar além do agora e dos ocorridos cotidianos, sem deixar de repudiá-los. Dessa forma, para produzir uma mudança significativa e evitar absurdos como a impunidade em casos comprovados de estupro, se faz indispensável percebermos nossa ação política diária, a forma como convivemos.


Mais do que tudo, é importante que a indignação que os eventos desse julgamento desencadearam não seja passageira.


Já somos em maior número e agora precisamos reconhecer nosso potencial de produção de mudanças grandiosas, que levam tempo, mas exigem esforço e continuidade. Afinal, esse é o ponto de partida para qualquer mudança: reconhecer nossa força, a força dos pequenos atos e o poder da cidadania.



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