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Quando as emoções são censuradas


Em nossa cultura uma parte de nossa humanidade passa despercebida. Você sabia, por exemplo, que é possível estar cansado sem ter feito qualquer esforço físico?

Como?

Existe um pedaço de nós que é repetidamente ignorado ao longo da vida. O pedaço emocional.

Crescemos sem saber quem ele é, mas ele está sempre ali... Nos acompanhando e tentando aparecer das formas mais escandalosas! Quanto mais o ignoramos maior é o barulho que ele faz, e se nos recusarmos a assistir ao espetáculo, ele mostra que vive em nossas entranhas, destruindo qualquer ilusão de separação cartesiana, provocando toda sorte de dores e doenças.

E cansaço.

Podemos estar cansados emocionalmente de muitas formas. Cansado porque triste, cansado porque só, cansado porque entediado, cansado porque muito frustrado, cansado de tantos medos…

Enquanto em nossa cultura ensinarmos às crianças apenas essa decoreba racional, estaremos criando uma legião de pessoas que nem sequer sabem do que reclamam.

Trocam alhos por bugalhos, reclamam, adoecem, agem impulsiva e violentamente por que estão cansados e não conseguem atacar a origem da dor. Projetamos nos outros, no mundo, na política, na desigualdade social, nos colegas de trabalho, enfim, qualquer um que não é a origem real do ‘cansaço’.

É preciso olhar para si e ver todos os lados. Algo superdifícil. Imagino que seja uma situação parecida com a dos índios, segundo indicações de que eles não viram as caravelas, mesmo em condições de vê-las, porque não sabiam que elas existiam.

Quando se trata de emoções é comum ter esse tipo de cegueira. Fomos criados ouvindo “não precisa chorar”, “já passou, já passou” “engole esse choro” “não faz manha”. Sofremos também diversas formas de repressão e punição diante das nossas expressões infantis de raiva, irritação, frustração…

E aí crescemos com pavor de chorar na rua.

De tempos em tempos nossas emoções nos ultrapassam, fazem seu show e nós fazemos o que aprendemos. Mandamos ficarem quietinhas que já vai passar, que é besteira, que não foi nada. De fato, se não foi nada só pode ter sido alguma coisa!

Sorte a nossa que atualmente temos excelentes ‘espelhos’ à disposição.

Sorte a nossa quando a escola do nosso filho tem esse olhar para o desenvolvimento emocional.

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